A tarde de sábado dia 27 de Agosto convidava a banhos, o típico calor alentejano fazia sentir-se com alguma agressividade. As Festas do Povo em Campo Maior iniciavam-se com uma sumptuosidade merecida. Os Académicos de Elvas pegavam na Grande Corrida RTP na Figueira da Foz. E os Elváticos ansiavam pelo anoitecer a chegada de mais um fascinante USM. Estavam reunidos os ingredientes necessários para um bom dia de convívio, pois nesta data não faltavam eventos no interior alentejano, apenas a lamentar o facto de 50% dos Elváticos presentes no jantar trabalharem domingo de manhã, mas isso são pequenos pormenores.
A tarde iniciou-se no sítio da Horta do Padre Fernando, mais conhecido pela "casa do Claro", o nome deste local remonta ao ano de 1890 onde vivia um boémio e jovem sacerdote ... as minhas recentes investigações estão perto de provar que se trata da penúltima reencarnação de Ricardo Claro, mas isso ficará para mais tarde.
Na agitada companhia do primeiro Elvático de segunda geração Rodrigo Claro, lá fomos confraternizando ao sabor de um geladinho e uma sagres fresca com vista a enfrentar o calor que se abatia sobre nós e que posteriormente se tornou num agradável convívio crepuscular.
A procura era tanta que até às sete da tarde apenas estavam três Elváticos, e um deles com um toquezito espanholado, (não confundir com Gay, é só porque o homem está a viver em Madrid).
Entre as grandes e consuetudinárias indecisões do lugar onde se iria realizar o evento apareceram mais dois Elváticos, sem ideias, mas com "sede" de convívio.
Chegou-se ao consenso que o local ideal seria "À do Dinis", pois aí somos sempre recebidos como família, podemos ficar até tarde e tem televisão, portanto o destino perfeito para estarmos à vontade e assistir ao desempenho dos nossos amigos Académicos de Elvas.
O jantar correu na maior das normalidades, discutiu-se a ida para Campo Maior, pois o Diogo tinha boleia certa, pena foi quando telefonou para combinar, essa mesma boleia já se encontrava em terras de Campo Maior, apenas um pequeno contra-tempo rapidamente resolvido pelo Mário que abriu o peito às balas e se agarrou ao bolo rei, vulgo volante do Opel Corsa.
Discutiu-se também sobre touros enquanto assistiamos a uma excelente actuação dos elvenses na Corrida da TV, tanto o prémio da melhor lide como o da melhor pega vieram para Elvas.
Terminado o repasto e também o vinho no restaurante, pois o Diogo, sedento de vinho alentejano, fez questão de exterminar tão nobre líquido tornando-o aperitivo, acompanhante da boa refeição e por fim também digestivo, não o poupando assim à esperada extinção, metade dos Elváticos rumaram às famosas festas do Povo e a outra metade a casa pois poucas horas depois tinham de ir lutar pela vida.
O final deste magnifico convívio deu-se aproximadamente à 7h da manhã onde uns chegavam das festas e outros partiam para a sua actividade laboral, todos com uma aparente má disposição, por motivos diferentes, é certo, mas sempre demonstrando um grande união até no estado de espírito.
Tiago Figueira